sábado, 27 de fevereiro de 2010

Para proteção, proteger meu filho e, se tivesse uma arma aqui, para te proteger.
- justificou-me, quando eu perguntei sobre o porte de armas nos E.U.A..
Proteger do que?
De pessoas que fazem mal sem motivo algum.
Você já matou alguém?
Felizmente não, mas eu sou capaz de matar para proteger meu filho. Se tivesse que atirar em alguém não hesitaria. Sinto muito a falta dele, não o vejo desde janeiro, ele é tudo na minha vida.

- Foi isso que me disse um estadunidense que está na marinha, tem apenas 23 anos.

Um companheiro dele de barco me contou outro fato sobre o além mar, eles visitaram o Haiti para prestar ajuda médica as vítimas do terremoto e inconformado me disse, com um olhar distante: eu tive que dizer a uma menina de quinze anos que ela teria de amputar a perna. Por que a perna dela estava completamente esmagada e não tinha como recuperá-la.

São responsabilidades pesadas demais para dois jovens em ofício de conhecer a vida e representam realidades muito diferentes das que estou acostumada. A conversa com os dois viajantes, extremamente educados e moldados pela cultura na qual vivem, me fez perceber, novamente, que temos todos as mesmas proezas e receios e que não somos diferentes.

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